img_126x126$2014_03_28_19_21_53_219096De acordo com o relatório do BCE do passado mês de Fevereiro, Espanha e Grécia parecem estar no caminho certo para a melhoria económica. No entanto, alguns riscos podem ainda surgir de um dos restantes membros da tão chamada periferia europeia, Itália.

O que vai acontecer na Europa em 2014? Qual é a atual situação da periferia europeia? Tanto analistas do mundo financeiro como “European think tanks”, como Bruegel, argumentam que a zona euro se encontra em período de recuperação e provavelmente ainda se vai deparar com problemas durante o ano de 2014. De acordo com o relatório do BCE do passado mês de Fevereiro, Espanha e Grécia parecem estar no caminho certo para a melhoria económica. No entanto, alguns riscos podem ainda surgir de um dos restantes membros da tão chamada periferia europeia, Itália.

Há um ano e meio, no polémico documentário “Girlfriend in a Coma” realizado por Bill Emmott e Annalisa Piras foi descrito o constante declínio moral e económico de Itália, analisando criticamente a situação política do país.

Será que esta ainda é a realidade presente em Itália? Em um ano e meio, o “Bel Paese” atravessou diversas mudanças políticas. Desde o governo dos técnicos, liderado pelo Senador Mario Monti, à legislação de um ano de Enrico Letta e ainda ao recentemente criado governo liderado por Matteo Renzi. O novo primeiro-ministro trouxe consigo novas caras ao mundo político italiano e formou o mais jovem governo em toda a história da república italiana.

As reações do mundo financeiro e da Europa têm sido positivas face a este caminho percorrido? Jan Hatzius, chief economist na Goldman Sachs recentemente declarou, durante uma entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, que Itália permaneceria o maior risco para a economia europeia não só pela instabilidade política como também pela falta de competitividade. No entanto, durante a reunião bilateral entre a Itália e a Alemanha, a chanceler Merkel expressou apreciação face ao programa implementado por Renzi.

De acordo com a primeira-ministra alemã, o novo primeiro-ministro italiano de 39 anos poderá criar mudanças estruturais profundas em Itália. Apontamentos positivos foram referenciados face a estas reformas estruturais, reformas laborais e aos incentivos ao desenvolvimento da economia que se encontrariam alinhados com o pacto de estabilidade ao mesmo tempo que fomentariam crescimento económico e emprego. O percurso avizinha-se difícil, no entanto, Renzi parece encontrar-se no bom caminho.

Como italiana e estudante de economia, devo realçar que o caminho certo a seguir por Itália não precisa de ser construído de raiz. O percurso já se encontra traçado e deve passar por apostar em  nichos exclusivos que não existem em outras partes do mundo. Exemplos como arte, turismo, moda, negócios na área do artesanato e mecânica devem ser perseguidos uma vez que, na minha opinião, são o futuro de Itália.

As esperanças e projetos das famílias e trabalhadores assentam no que moldou Itália, nos anos 50, num país que cresceu a níveis equiparáveis aos da China atualmente, com um “PIL” que cresceu 8% por ano. De forma a tirar partido disto, este governo deve trabalhar com o intuito de regenerar o que ainda se encontra “adormecido” na economia italiana e que, no entanto, possui elevado valor.

Article published on March 30th, 2014 · Jornal de Negócios

Tiziana Fagotto · Nova Investment Club


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